H e u r í s t i c a s
d e U s a b i l i d a d e
Este texto é composto por alguns trechos extraídos da
seguinte Dissertação de Mestrado:
“Avaliação
da Usabilidade, por meio do Índice de Satisfação do Usuário de um Software
Gerenciador de Websites”
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Objetivos:
Conhecer recursos disponíveis que contribuem para a melhoria da qualidade das
interfaces utilizadas nos processos de interação entre o aluno e seu material
de estudo online.
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USABILIDADE DE INTERFACES
Na literatura não existe um consenso
quanto ao termo usabilidade e seus similares. A expressão só começou a ser
usada no início da década de 1980, principalmente nas áreas de psicologia e
ergonomia, como substituto do termo amigável, considerado muito vago até então
(DIAS, 2003). (…) Existe um consenso que usabilidade
é a habilidade do software de
permitir que o usuário alcance facilmente as suas metas de interação, (…) portanto
as deficiências de usabilidade comprometem a qualidade de um produto, gerando
impactos negativos na eficácia, produtividade, segurança e satisfação, todavia,
a eficiência em usabilidade não significa, necessariamente, qualidade de uso do
produto. (MORAIS et al., 1994;
BITENCOURT, 2003)
BREVE HISTÓRICO SOBRE USABILIDADE DE INTERFACES
A intuitividade e produtividade
existente hoje nos sistemas operacionais é o resultado de muitos anos de
preocupação por parte da indústria de software
(Apple, Sun, Microsoft, etc.) com a
interface de produtos.
Considerado como uma das aplicações mais complexas de usabilidade, os sistemas
operacionais exigiram muito estudo e testes de interface por parte das equipes
desenvolvedoras. (…) Sair do mundo procedual de interfaces de fundo preto e
letras brilhantes (D.O.S.), para chegar à metáfora colorida de desktop com
utilização de ícones, levou algum tempo e muita pesquisa. Os sistemas
operacionais são os precursores de sistemas com interfaces com boa usabilidade,
tão necessárias e procuradas hoje em dia, para os sistemas acessados via web.
A web, no final da década de 1990,
proliferou por todo o planeta. Até então, interface era preocupação apenas dos
desenvolvedores de aplicativos de software
(PÓVOA, 2004).
Para a interface, daí em diante, ficou
a incumbência de seduzir o usuário em potencial e torná-lo cada vez mais
próximo dos sistemas informatizados, por meio da comunicação mais intuitiva e metafórica
e menos abstrata, que buscou a proximidade do sistema cognitivo humano (LÉVY,
1993). (…)
O QUE É USABILIDADE DE INTERFACE
(…) o termo usabilidade só veio a ser
definido na norma ISO/IEC 9126 (1991) (1) , que abordava a qualidade de software, como sendo o
conjunto de atributos de software relacionado ao esforço necessário para seu
uso e para o julgamento individual de tal uso por determinado conjunto de usuários.
Nela, esses atributos podem ser
entendidos como a associação de cinco características constatadas por um
usuário ao utilizar um software,
sendo elas a facilidade de aprendizado, a
eficiência, a facilidade de memorização, a pouca quantidade de erros e a
satisfação do usuário. (NIELSEN, 1993). (…)
Contudo para que realmente o
projetista de interfaces consiga trabalhar com segurança, faz-se necessário
traçar o perfil do usuário que atuará operando o software a ser projetado. Esse profissional deve realizar uma
análise precisa das atividades mentais desenvolvidas no trabalho a ser
executado (percepção, identificação, decisão, memória de curta duração,
programa de ação) e do que realmente o usuários fazem para responder às exigências
do sistema. Devem estar atentos para o fato que os usuários apreendem a
informação tanto pela percepção como pela cognição. Os estágios envolvidos no
processamento humano de informações no momento que interage com um sistema
computadorizados passam pelo decodificar a informação do ambiente em alguma
forma de representação interna, comparar essa representação com outras já
previamente armazenadas no cérebro, decidir uma resposta apropriada e,
finalmente, organizar a resposta e a ação necessária.
INSPEÇÃO BASEADA EM GUIAS DE
RECOMENDAÇÕES
A prática provinda de avaliadores e
projetistas de sistemas, somadas a experiências desprovidas do rigor científico
e com base em padronizações já existentes, teve como resultado a formação de
uma série de sugestões e/ou recomendações que visam a melhoria da usabilidade
de sistemas, ou seja, as guias, também chamadas de diretivas (ou guidelines) são consideradas tão básicas
que sempre terão de ser consultadas em projeto norteados por diálogos e por
comandos acionados pelos usuários. (…)
(…) as guias de recomendações, também
chamadas heurísticas (2), são indicações testadas e
validadas a partir de observações empíricas ou da experiência prática de
avaliadores. As recomendações são tornadas públicas mediante publicações de
caráter genérico, tais como, livros, artigos ou relatórios.
Jakob Nielsen |
AS HEURÍSTICAS DE NIELSEN
São dez princípios
desenvolvidos por Nielsen, originalmente em 1990, baseados em propriedades
comuns às interfaces usáveis e que, em 1994, foram revistos e condensados pelo
mesmo pesquisador, tendo como base, então, um conjunto de 249 problemas de
usabilidade detectados em estudos empíricos (NIELSEN, 1990 E 1994)
Heurísticas de NIELSEN (Baseado
em Dias 2003)
Para além das Heurísticas de Nielsen
citadas neste texto, existem outras que podem ser utilizadas para se testar a
qualidade de um trabalho e que você pode conhecer acessando a Dissertação na
íntegra.
Bom estudo!
Referência
Bibliográfica:
SOARES,
Leônidas Garcia (2004) Avaliação da
Usabilidade, por meio do Índice de Satisfação do Usuário de um Software
Gerenciador de Websites. UFRS. Porto Alegre. Disponível em http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/4622/000458416.pdf?sequence=1
Acesso em 26 06 2012.
[1] ISO/IEC
9126 é uma norma ISO para qualidade de produto de software, que se enquadra no
modelo de qualidade das normas da família 9000. A norma brasileira
correspondente é a NBR ISO/IEC 9126. (Wikipedia)
[2]
heurística (feminino de heurístico)
s. f.
1. Arte de inventar ou descobrir.
2. Método que pretende levar a inventar, descobrir ou
a resolver problemas.
3. Processo pedagógico que pretende encaminhar o aluno
a descobrir por si mesmo o que se quer ensinar, geralmente através de
perguntas. (Dicionário da Língua Portuguesa Priberan)